Mil novecentos e sessenta e oito.
Ano de endurecimento da ditadura no Brasil, culminando no Ato Institucional número 5 (o famoso AI-5), em dezembro, pela canetada do então presidente Costa e Silva.
No Rio de Janeiro, meses antes, em junho, era realizada a Passeata dos Cem Mil, em protesto contra a ditadura militar.
Caetano Veloso era vaiado durante apresentação no Festival Internacional da Canção, em um protesto do público contra a música "É Proibido Proibir".
Nos Estados Unidos, o pastor batista Martin Luther King, líder da luta pelos direitos civis e da resistência não violenta contra a opressão racial, era assassinado em 04 de abril.
Na França, estudantes e trabalhadores realizam um histórico protesto, que ficou conhecido como o Maio de 68.
Nos cinemas, Stanley Kubrick lançava o enigmático 2001, Uma Odisséia no Espaço, filme de ficção científica vencedor do Oscar de Efeitos Especiais.
Nas rádios, ouvia-se Geraldo Vandré cantando Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, o Rei Roberto Carlos destilando seu "rock'n roll" Se Você Pensa, enquanto os Beatles psicodelizavam em The Fool on the Hill.
Bob Dylan lançava o álbum John Wesley Harding, com a clássica All Along The Watch Tower, e fazia, em janeiro, uma aparição no show em tributo a Woody Guthrie no Carniege Hall, dois anos após um acidente de moto que quase o matou.
Assim estava o mundo durante o meu primeiro ano de vida. Há quarenta e quatro anos. E eu estava ali, chegando, ainda alheio a tudo isto.
Fui conhecer estes fatos apenas muito tempo depois. Olhando hoje pelo retrovisor, especulo que são enredos e personagens que podem ajudar a entender a história de muita gente da minha geração. Incluindo a minha.
Um comentário:
Eu sou de 1968 fosso parte desa historia estou muito orgulhosa disso!!
Postar um comentário