quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Psicologia não é misticismo

Terapia de vidas passadas não é atribuição de psicólogo

Soube esta semana que na novela global das 18h a atriz Carolina Kasting faz o papel de uma psicóloga que mistura as suas crenças religiosas com o exercício de sua profissão.

Procurado por algumas pessoas que assistem a novela e me questionaram sobre a relação entre psicologia e terapia de vidas passadas, fui dar uma olhada no enredo desta história.

A primeira coisa que descobri foi que a tal psicóloga atende uma criança que é filha de um amigo, o que já é algo eticamente questionável. Vi uma cena em que ela aparece com este amigo numa mesa de lanchonete, conversando informalmente sobre a menina que ela está atendendo. Mais uma situação anti-ética da personagem.

Mas o tema deste post é sobre um outro aspecto que considero grave: a prática profissional da personagem psicóloga está associada a uma técnica que não é reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia: a terapia de regressão de vidas passadas.

O exercício profissional de um psicólogo é pautado pela cientificidade e centralizado no sujeito em seus aspectos psicológicos, biológicos e sociais. Portanto, qualquer prática que esteja associada a crenças místicas e espiritualistas não possui consistência teórica que atenda ao rigor científico e metodológico necessários para ser reconhecida como atribuição do psicólogo.

Não se trata de desvalorizar as terapias alternativas, mas de diferenciá-las do exercício do psicólogo. Há inclusive uma resolução do CFP que proíbe a associação do número do registro profissional a qualquer destas práticas.

Portanto, a chamada “terapia de vidas passadas” não é atribuição do psicólogo. Não tem cientificidade nem consistência para tal. É uma técnica que está situada no terreno da fé e da religiosidade, e não no terreno da psicoterapia.

Se o psicólogo quer oferecer algum tipo de prática espiritualista, o que é um direito seu como cidadão, ele deve separá-la da sua atividade como psicólogo, pois do contrário ele estará induzindo as pessoas ao engano e ao erro. Ao psicólogo é vedado “induzir a convicções políticas, filosóficas, morais ou religiosas, quando do exercício de suas funções profissionais”. (Artigo 2º do Código de Ética do Psicólogo, item “e”)

Psicologia é coisa muito séria, e é lamentável ver uma empresa do porte da Rede Globo tratá-la com esta aura de misticismo, o que compromete a imagem da profissão no país e contribui para causar confusão na mente de seus milhões de telespectadores que ficam grudados na telinha.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Filhos e divórcio dos pais

O que acarreta muitos problemas para uma criança em situação de divórcio dos pais não é o divórcio em si, mas a maneira como seus pais lidam um com o outro durante o divórcio.
Uma separação em que haja respeito mútuo e um grau mínimo de cordialidade entre os ex-parceiros contribuirá para que a criança assimile com mais facilidade esta nova configuração familiar.
Por outro lado, se o contexto é de intensa batalha e animosidade, os efeitos sobre a criança serão muito mais danosos.
O desafio para cada genitor está em uma palavra: maturidade.

Abaixo, compartilho com vocês a conversa que rolou no programa TVCom Tudo Mais na véspera do dia dos pais, a respeito de filhos em situação de divórcio.



domingo, 12 de agosto de 2012

Ser pai? Não aconselho

Meu recado de hoje aos homens:
Ser pai? Não aconselho.

A não ser que você esteja disposto a:
Mudar sua vida
Voltar a ser criança
Tornar-se um adulto responsável
Aprender a ser flexível
Amar e ser amado incondicionalmente
Reconfigurar suas prioridades

Se você estiver disponível para estas mudanças, ser pai será a maior experiência de sua vida.