"Prefiro bater agora do q a polícia bater mais tarde". Desculpe-me, mas qto + você bate agora, + aproxima seu filho da polícia no futuro.
— João David Mendonça (@psicojd) January 20, 2012
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Por que?
Por que é tão difícil compreender essa simples lógica?
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
O português e a violência infantil
Estou cada vez mais convencido de que para se chegar a uma cultura de educação sem violência, é necessário intensificar nas escolas o ensino de Língua Portuguesa e Interpretação de Texto. Afinal, toda vez que se escreve "educar sem bater", sempre tem alguém que lê "educar sem limites".
Estou cada vez mais convencido de que para se chegar a uma cultura de educação sem violência, é necessário intensificar nas escolas o ensino de Língua Portuguesa e Interpretação de Texto. Afinal, toda vez que se escreve "educar sem bater", sempre tem alguém que lê "educar sem limites".
Minha "licença paternidade"
Já que a legislação não está muito a meu favor como pai, tive que inventar um jeito de fazer a minha própria licença paternidade.
Não parei de trabalhar, porém reconfigurei minha agenda. Mantive os compromissos já existentes do consultório mas desacelerei a entrada de novos pacientes. Passei a recusar temporariamente convites para palestras e outras atividades afins. Aos fins de semana, prioridade para programas em família.
Minha licença paternidade não é apenas para ficar com o bebê que acabou de chegar. É também, na mesma medida de importância, para estar junto do mais velho de 5 anos, para que ele sinta que a presença do irmão mais novo não será sinônimo de ausência do papai ou da mamãe.
Dia desses uma emissora de TV me convidou para uma entrevista sobre a importância do pai na vida da criança. Não aceitei o convite porque já tinha um compromisso muito importante: ir ao cinema ver Universidade Monstros com o meu filho.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Presença parental
Trecho introdutório do livro "Autoridade Sem Violênica: o resgate da voz dos pais", de Haim Omer (Ed. Artesã)
Todos
sabem que um dos piores traumas que uma criança pode sofrer é crescer sem a
presença de figuras parentais (pai, mãe ou quem os substitua) que lhe dêem
carinho, cuidado e proteção. Sabemos também que a perda de um dos pais durante
a infância é quase sempre profundamente traumática. Menos reconhecida, no
entanto, é uma outra forma de privação: a que se dá quando um dos pais se deixa
paralisar ou perde sua voz ativa. Muitos pais cedem, ocasionalmente, quando se
defrontam com demandas, ameaças ou agressões da criança. No entanto, quando
ceder se torna um hábito, diremos que a criança fica privada de presença
parental. O que talvez fosse até pior: a criança sente que ela própria teria
eliminado a presença dos pais.
Nessa
mesma circunstância, a percepção dos pais pode ser exatamente oposta: eles
podem sentir que estão sempre presentes, pois eles vivem somente para a
criança! Mas é este o problema: se os pais vivem só para a criança, eles não
têm voz ativa e perderam a própria individualidade. O pai (ou mãe) torna-se,
então, um executor, um empregado, uma sombra da criança. Ser presente é ser
alguém, com seus próprios pensamentos, sentimentos e desejos. Para crescer, a
criança precisa de alguém assim presente. Somente então poderá a criança sentir-se
segura. O pai (ou a mãe) que se torna um eco das vontades da criança, a deixa
num vazio.
A experiência de presença parental
pode também perder-se de outra maneira: quando quem cuida da criança está
presente como indivíduo mas não como alguém engajado no papel parental. Alguns
pais vêem isto como um ideal: "Eu quero ser sempre o amigo meu filho"
ou "Eu quero ser amada pelo que eu sou e não por ser sua mãe". Outros
pais encaram somente as suas próprias necessidades sem cuidarem das da criança. Em ambos os casos, a criança fica
sem a presença
parental.
Presença parental é, assim,
um conceito bipolar: os pais têm que estar presentes tanto como indivíduos autônomos quanto como titulares do
papel parental. Se um destes aspectos falta, a criança estará privada da presença parental. A privação mais séria se dá
quando os pais se deixam apagar tanto como pessoas quanto no papel parental.
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