Como psicólogo clínico, minha rotina nos últimos 13 anos tem sido a de atender pessoas com os mais variados sofrimentos psíquicos.
Assim como eu, muitos psicólogos, psiquiatras e outros colegas da área da saúde exercemos nossa profissão com um cuidado e uma postura de profundo respeito para com aqueles que estão buscando ajuda para superar seus dilemas, dores e sofrimentos.
Trabalhar com pessoas oprimidas pela Depressão é também um de nossos ofícios. Convivemos diariamente com muito sofrimento, angústias existenciais, identidades desfiguradas, histórias saturadas de tragédias, e riscos iminentes de suicídio.
Cada passo dado por estas pessoas é celebrado como um avanço. Cada dia vivido por elas é festejado como uma vitória sobre a doença, e também sobre o estigma social com o qual elas tem que lidar enquanto ainda estão sob o domínio deste “Demônio do Meio Dia”.
A pessoa que está em tratamento da Depressão está vivenciando um delicado - mas acima de tudo corajoso - trabalho de reconstrução da identidade, de re-escritura de vida, de reconfiguração da maneira de se relacionar com o mundo e consigo mesmo.
No dia 30/03/2015, estas pessoas foram brutalmente agredidas pelo comentarista do SBT-SC, senhor Luiz Carlos Prates, que ao tentar fingir-se de entendido no assunto, proferiu uma avalanche de asneiras, grosserias, desinformações e preconceitos a respeito da Depressão e das pessoas que são tiranizadas pela força desta doença.
[A bem da verdade, eu só vi o comentário no dia seguinte pela internet, pois não tenho o costume de assistir ao SBT - uma emissora que tem Raquel Sheherazade como musa não recebe mesmo a minha atenção. Sabia que o senhor Prates havia sido demitido da RBS, mas não sabia que ele agora estava despejando sua bizarra retórica pelas bandas do SBT-SC]
Para quem conhece de perto o empenho das pessoas que lutam com a Depressão, é muito triste ver um comentário tão equivocado, repleto de preconceitos e clichês.
É lamentável saber que tal comentário foi feito por alguém que diz possuir formação em Psicologia, o que em tese deveria ter-lhe proporcionado o mínimo de noção sobre as doenças da mente.
E o mais importante, é incalculável o efeito que uma fala deste tipo pode ter na vida das pessoas envolvidas neste conflito psicológico. Impossível mensurar os danos causados a alguém que está sob a influência da Depressão, quando ele ouve que é “um deprimido porque é um frustrado”, ou outras das tantas idéias estúpidas que saíram da boca do comentarista nesta desastrosa "análise".
Diante disso, pergunto-me: qual é a posição da diretoria do SBT-SC a respeito deste grave caso de injúria e desinformação?
Estou aqui aguardando alguma retratação do senhor Prates, pelo enorme desrespeito com que foram tratados todos os que vivenciam a terrível doença da Depressão.
Estou aqui aguardando alguma matéria jornalística séria sobre Depressão, que seja veiculada pelo SBT-SC no horário do comentário deste senhor, durante alguns dias, como forma de tentar amenizar o estrago feito pelo absurdo comentário do dia 30.
Estou aqui aguardando um pedido de desculpas do próprio SBT-SC, lamentando profundamente o ocorrido, e anunciando providências para que este tipo de situação ultrajante não venha a ocorrer novamente. Quem sabe, uma destas providências poderia ser mandar o senhor Prates repetir, na íntegra, o curso de Psicologia.
João David Cavallazzi Mendonça
Psicólogo CRP 12/03702
Florianópolis - SC
Cada passo dado por estas pessoas é celebrado como um avanço. Cada dia vivido por elas é festejado como uma vitória sobre a doença, e também sobre o estigma social com o qual elas tem que lidar enquanto ainda estão sob o domínio deste “Demônio do Meio Dia”.
A pessoa que está em tratamento da Depressão está vivenciando um delicado - mas acima de tudo corajoso - trabalho de reconstrução da identidade, de re-escritura de vida, de reconfiguração da maneira de se relacionar com o mundo e consigo mesmo.
No dia 30/03/2015, estas pessoas foram brutalmente agredidas pelo comentarista do SBT-SC, senhor Luiz Carlos Prates, que ao tentar fingir-se de entendido no assunto, proferiu uma avalanche de asneiras, grosserias, desinformações e preconceitos a respeito da Depressão e das pessoas que são tiranizadas pela força desta doença.
[A bem da verdade, eu só vi o comentário no dia seguinte pela internet, pois não tenho o costume de assistir ao SBT - uma emissora que tem Raquel Sheherazade como musa não recebe mesmo a minha atenção. Sabia que o senhor Prates havia sido demitido da RBS, mas não sabia que ele agora estava despejando sua bizarra retórica pelas bandas do SBT-SC]
Para quem conhece de perto o empenho das pessoas que lutam com a Depressão, é muito triste ver um comentário tão equivocado, repleto de preconceitos e clichês.
É lamentável saber que tal comentário foi feito por alguém que diz possuir formação em Psicologia, o que em tese deveria ter-lhe proporcionado o mínimo de noção sobre as doenças da mente.
E o mais importante, é incalculável o efeito que uma fala deste tipo pode ter na vida das pessoas envolvidas neste conflito psicológico. Impossível mensurar os danos causados a alguém que está sob a influência da Depressão, quando ele ouve que é “um deprimido porque é um frustrado”, ou outras das tantas idéias estúpidas que saíram da boca do comentarista nesta desastrosa "análise".
Diante disso, pergunto-me: qual é a posição da diretoria do SBT-SC a respeito deste grave caso de injúria e desinformação?
Estou aqui aguardando alguma retratação do senhor Prates, pelo enorme desrespeito com que foram tratados todos os que vivenciam a terrível doença da Depressão.
Estou aqui aguardando alguma matéria jornalística séria sobre Depressão, que seja veiculada pelo SBT-SC no horário do comentário deste senhor, durante alguns dias, como forma de tentar amenizar o estrago feito pelo absurdo comentário do dia 30.
Estou aqui aguardando um pedido de desculpas do próprio SBT-SC, lamentando profundamente o ocorrido, e anunciando providências para que este tipo de situação ultrajante não venha a ocorrer novamente. Quem sabe, uma destas providências poderia ser mandar o senhor Prates repetir, na íntegra, o curso de Psicologia.
João David Cavallazzi Mendonça
Psicólogo CRP 12/03702
Florianópolis - SC