quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Casamento para toda vida

Este é o título do livro de Judith Viorst, psicóloga autora do best-seller Perdas Necessárias. Uma ótima sugestão de leitura para todos que estão interessados em refletir sobre os desafios da vida a dois, os conflitos, a sexualidade, a relação com os familiares, a opção do divórcio e outras temáticas presentes no cotidiano da conjugalidade.


Transcrevo abaixo um belo trecho da introdução do livro.

Embora casamento seja coisa de adultos, pouquíssimos de nós o são, quando casamos. Tornar-se adulto leva tempo, talvez uma vida inteira, e chegar lá - se é que chegamos - é difícil. Entretanto, o casamento, que é provavelmente o mais massacrante dos relacionamentos, também pode ser o motor de nosso crescimento. Ao entrar em alguma sintonia com nossos desencantos, nossas exigências e as atrozes complexidades do cotidiano da vida conjugal, podemos criar - e que não se entenda isto como um jogo de palavras - um casamento adulto.

No casamento adulto, entendemos que não somos, nem devemos ser, o professor, o pai ou a mãe, o editor, o supervisor ou o decorador um do outro.

O casamento adulto nos permite encontrar o equilíbrio entre dependência e união.

No casamento adulto, tornamo-nos cada vez mais condescendentes com as limitações e as imperfeições do parceiro.

No casamento adulto, não ficamos contando quem perdeu e quem ganhou - pelo menos, não em voz alta.

No casamento adulto, reconhecemos que nem sempre precisamos estar de amores um com o outro. De fato, estamos bem conscientes de que isso não pode acontecer o tempo todo. O casamento adulto, porém, permite-nos segurar a barra quando nos desentendemos e aguentar firme até fazermos as pazes.

O casamento adulto envolve uma ardilosa combinação entre o honesto e o educado.

No casamento adulto, somos capazes de pedir desculpas quando estamos errados, e não tripudiar, quando estamos certos. Também somos capazes de aceitar um pedido de desculpas que não chegue a ser humilhação, mas que não fique muito longe disso.

No casamento adulto, o riso excede o pesar.

No casamento adulto, aprendemos a perdoar e a esquecer. Bem, esquecer talvez não.

No casamento adulto, sabemos como nos comunicar um com o outro e quando a melhor e a única coisa a fazer é fechar a boca.

No casamento adulto, reconhecemos que o casamento, em si, não vai nos dar uma identidade real ou resguardar-nos das tristezas e dores da vida, ou mesmo proteger-nos para sempre da solidão.

Este livro aborda as possibilidades e dificuldades de a gente se manter, realmente, bem casado por longo tempo. Trata daquilo que uma amiga minha, casada, chama de "a maravilhosa, embaraçada, emaranhada, complicada união de duas vidas". Trata do triunfo - e, quando o casamento funciona, é de fato um triunfo - de criar e sustentar essa união. É um livro sobre como manter um casamento adulto.

Escrevi este livro para pessoas casadas que, embora às vezes - talvez mais do que às vezes - machuquem um ao outro, se irritem e se desapontem um com o outro, querem continuar casadas. É endereçado tanto aos recém-casados quanto àqueles que, como eu, já estão nele há muito, muito tempo.

Falo para casais conscientes, ou que já deviam estar conscientes, de que o casamento raramente é um paraíso; às vezes, ele inclui algumas temporadas no inferno. Se marido e mulher conseguirem, finalmente, acertar o casamento, as temporadas no inferno terão valido a pena.

Judith Viorst, Casamento para toda vida, Ed. Melhoramentos

7 comentários:

Nivaldo Campana disse...

Muito boa dica. Usei uma frase para postar no twitter: "Se marido e mulher conseguirem, finalmente, acertar o casamento, as temporadas no inferno terão valido a pena" (Judith Viorst).

Unknown disse...

Tens idéia de preço?

jd disse...

Valeu, Nivaldo!
Patty, deve estar uns 40 pila.
Abraços
jd

conversaseestorias.blogspot.com disse...

Muito legal, João. Tenho o livro dela, "Perdas Necessárias".
Valeu a indicação, vou adquirir.
Também gostei da tua reflexão sobre o Michel, que com certeza tem enredo para muitas outras reflexões...a vida dos pais e bisavós dele e por aí vai...
Um abraço, Virgínia

Luciana Boeing disse...

Ótima dica, João. Já li Perdas Necessárias e adorei - livro de cabeçeira. Estou pesquisando no mestrado sobre vida adulta e esse trecho que você postou vem totalmente de encontro a algumas coisas que tenho pesquisado. Ou seja, fui trazida até seu blog exatamente por isso! Vou adquirir o livro com certeza. Obrigada e até mais, não esqueça de visitar o floripapsi.blogspot.com, somos também sistêmicos, como você.

jd disse...

Luciana, bom saber que colegas estão produzindo reflexões na tal blogosfera. E acho que vc vai gostar mesmo do livro. Abraços

denise disse...

Obrigada João,
Achei muito interessante os dois livros, já estão na lista de compra... São ótimos ingredientes...
Denise