Quando
uma criança recebe uma palmada, seu cérebro percebe este ato como uma
experiência de perigo, e reage de acordo com esta percepção. E esta experiência
coloca a sua mente em um estado em que não se consegue aprender nada.
A criança apenas reage de acordo com a mensagem que recebe: mudar o seu comportamento
negativo. Ela obedece o comando cerebral imediatamente, o que gera a ilusão por parte
dos pais de que a palmada “resolveu o problema”.
Mas como é um comportamento
reativo e não elaborado cognitivamente (pois o ato violento da palmada 'desligou' o seu sistema límbico, que seria o centro emocional que ‘aciona’ a aprendizagem
e compreensão), ela na verdade não aprendeu nada.
Repetirá o comportamento em
breve, despertando a fúria dos pais, que respondem com mais agressão, o que
desliga novamente a capacidade de aprendizagem da criança, entrando assim numa
rota retro alimentadora da violência que gera cansaço e desesperança em ambos
os lados: nos pais que concluem que a criança está merecendo apanhar porque
insiste em lhes provocar, e na criança que, sem entender, conclui que os pais
não a amam porque insistem em lhe bater.
E
instala-se aqui uma sucessão sistemática de medo, raiva e ressentimento entre
pais e filhos.
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